DESCOBRIMENTO
Abancado à escrivaninha em São
Paulo
Na minha casa da rua Lopes
Chaves
De supetão senti um friúme por
dentro.
Fiquei trêmulo, muito comovido
Com o livro palerma olhando
pra mim.
Não vê que me lembrei que lá
no Norte, meu Deus!
muito longe de mim
Na escuridão ativa da noite
que caiu
Um homem pálido magro de cabelo
escorrendo nos olhos,
Depois de fazer uma pele com a
borracha do dia,
Faz pouco se deitou, está
dormindo.
Esse homem é brasileiro que
nem eu.
O poema retrata sobre a vida
de um homem, morador da grande São Paulo, que está em seu aposento (casa, lar)
quando de repente sentiu um friúme (frio, mas a maneira empregada no texto também
podemos interpretá-lo como arrepio/sensação ruim) que encaminhou seus pensamentos
na direção das pessoas do Norte do Brasil. O mesmo imagina um pobre homem cujo
corpo demonstra as marcas do sofrimento de um trabalho duro que enfrenta em seu
dia a dia por um mau salário. E faz por última a comparação entre ele e o
trabalhador, ambos brasileiros, mas que se encontram em situação completamente
diferentes.
O poeta retrata tais fatos que
nos fazem refletir sobre a desigualdade do nosso país, tanto antigamente como
nos dias atuais essa desigualdade encontrada é muita, enquanto uns estão no
conforto da sua casa e tem “demais”, outros enfrentam uma realidade mais dura
para conseguir seu sustento.
O poema é narrado em primeira
pessoa, ou seja, por um eu-lírico.
Nenhum comentário:
Postar um comentário